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Inicialmente era um T1 para dois, eu e um gato. O tempo passou e agora vivo num T2 para quatro. Eu, o marido, um filho e uma cadela, somos os habitantes deste espaço. O dia a dia, receitas, ideias, e até desabafos saem já a seguir...
Hoje é dia da mulher, segundo parece. Estranho! Para mim é sempre dia da mulher. Sou mulher todos os dias, desde que me levanto, até me deitar. Que aí, depois posso até ser um pássaro, um gato, ou carro de formula 1, depende dos mandamentos do meu subconsciente. Cá em casa, não há dias disto e daquilo, sem serem os dias de aniversário ou o Natal. Temos em nós a convicção, de que todos os dias são dias da mulher, dias do pai, da mãe, do cão ou do gato, das flores, dos namorados. Comemoramos quando nos apetece, o que até pode ser todos os dias, porque estamos sempre cá uns para os outros, e porque nos respeitamos todos os dias tal como somos, mulher e homem, e filho. E hoje é um dia como todos os outros, com uma excepção, é dia de ir ao mercado ao peixe, é dia de arrumar a casa, é dia de fazer uma sopa, é dia de ir ao Tai-chi com o marido e a sobrinha, e só porque é sexta feira, e não dia 8 de Março. É dia de deitar um pouco mais tarde e ficar no quentinho a papar séries de mão dada com o marido, porque amanhã é fim de semana. É dia de dar os Parabéns à prima que faz anos. E se todos os dias fossem dias da mulher, se calhar não havia tanta desgraça neste mundo, tanta violência, tanta menina casada à força, tantas mulheres escravizadas. Dia da mulher é todos dias. Tenho um companheiro que me respeita todos os dias, que mima todos os dias, que me ajuda todos os dias. Por isso hoje, como todos os dias vou jantar em casa, na companhia dele e do filho, porque são eles que nos outros dias me fazem companhia, me mimam, me respeitam e me ajudam. Jamais preciso de aceitar convites para jantares em grupo, de saídas nocturnas para ver streepers masculinos, para ter um dia de liberdade. Hoje mais que nunca é dia de ficar com quem está por cá nos outros dias todos.
(Hoje sou uma mulher de sorte com o marido que tenho, mas já fui vitíma de violência no namoro, quer física, quer psicológica, e por isso compreendo todas as mulheres que passam por isso, ou que por outras razões precisam de comemorar este dia.)
Espero que daqui a um ano, não seja dia de aniversário da queda aqui do prédio... já vi a coisa mais longe... as cadelas já estão quase mortas de susto, e eu também já começo a pensar em pegar nas cadelas e sair daqui, tal o barulho e os abanões na parede por causas das obras nas fundações para construção de outro prédio colado a este... já me caiu o coração aos pés uma data de vezes, desde que iniciei este post... claro que o empreiteiro/contrutor deve saber o que está a fazer, o que não sei é se o construtor deste prédio em que habito sabia o que fazia...
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