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NOCK OUT!

por Dona das Chaves, em 21.09.10
Já lá vão 14 anos desde a 1ª tentativa de ter uma casa para viver. Não que eu não tenha casa para viver, mas o desejo de ter uma casa que eu possa decorar à minha maneira, que eu possa arrumar quando quiser, ter os horários que quiser, ver na televisão o que quiser, ou simplesmente não fazer nada disto, vem desde muito pequena. Há 14 anos eu já não era muito pequena... mas pela primeira vez tinha uma hipótese de me aventurar e comprar a minha primeira casa, e comecei a tentar. Comecei por procurar a casa ideal, quer no preço, quer nas condições. Não demorei muito para encontrar um t1, com quintal, com um valor mesmo em conta, que já me fazia sonhar. O pior estava para vir, mas eu não imaginava o que me aguardava. Necessitava de fiadores, e pensei que podia contar com os meus pais. Expus a situação, ao que o meu pai me respondeu que sim, e a minha mãe começou a dissertar sobre o assunto, respondeu NIM. Alguns dias depois, teria de dar uma resposta definitiva para poder ficar ou não com a casa, e qual não é o meu espanto, quando recebo um rotundo não da minha mãe, porque resolveu contar a uma tia minha, e esta resolveu encher a cabeça da minha mãe de aldrabices. A minha mãe convencida por aldrabices resolveu que não me ajudava, e eu fiquei desolada, era a última oportunidade para os meus pais me ajudarem, era o último ano que o meu pai tinha declaração de IRS, pois tinha rescindido amigavelmente com a empresa em que trabalhava, que estava naquela fase a rescindir com alguns empregados e a pagar o que lhes era de direito. ( a empresa fechou 3 anos mais tarde e não pagou nada aos empregados que restavam). Fiquei para lá de furiosa com a minha mãe por ter contado algo que eu queria manter em segredo, e por causa de ciúmes, a minha tia resolveu dizer à minha mãe, que se fosse fiadora do meu crédito bancário, teria de declarar ao banco todos os haveres, todas as propriedades e rendimentos, e se eu deixasse de pagar a casa por alguma eventualidade, o banco lhe retirava tudo, até a casa onde vivíamos. Claro que para a minha mãe praticamente analfabeta, isto era o principio do fim, de modo algum ela ia ser minha fiadora, e correr o risco de eu deixar de pagar e irmos todos morar debaixo da ponte, para além da vergonha que iria passar. É o que dá, contar o que se passa dentro das nossas paredes e que deveria apenas ser assunto interno. Desde esse dia nunca mais fui a mesma para a minha tia, e nunca mais serei. Saí magoada sem necessidade, por ciúmes, por inveja de mim, que vivia no campo querer comprar casa primeiro que o meu primo da minha idade, menino bem da cidade.  Primeiro Round, primeira derrota, mas o jogo apenas tinha começado, e eu ainda não tinha sido derrubada por NOCK OUT.

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