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Prisão domiciliária...

por Dona das Chaves, em 28.09.10

Xiii, estou preso em casa, ela não me deixa sair de maneira nenhuma. Já lhe perguntei se posso pelo menos sair na segunda feira, que é dia dos bichos, mas ela diz que é um caso a pensar, que logo vê como vai estar o meu nariz. É que andei metido em sarilhos e voltei para casa com um arranhão no nariz, para juntar a uma ferida que já cá estava e que não anda a querer sarar. Agora ela mantém-me fechado e diz que só saio quando estiver curado. Quem me manda achar que posso andar à bulha com os outros gatos? Eu não consigo resistir às provocações, eu tento, mas eles insistem, e eu lá tenho de andar à estalada com os outros gatos, para lhes mostrar quem é o Elvis. Só que às vezes fico com marcas, e então ela põe-me de castigo em prisão domiciliária.
Leva o tempo todo a buzinar-me aos ouvidos que quando me levar para a cidade, eu já não apareço em casa todo encardido, todo roto com arranhões e cardadas, cheio de sementes de ervas, com as unhas nojentas... pudera, depois vou viver fechado... acho que vou fugir de casa antes de ela me levar, ai vou mesmo... hummm, e depois onde é que vou comer? É melhor esperar para ver, afinal eu até nem me importo quando ela não me deixa sair, fico deitado o dia todo, e não me mexo a não ser para ir comer ou beber água, e não tenho de ouvir as provocações do outros gatos da rua, e de fazer esforço para não brigar com eles. É que isso cansa, tanto ter de resistir como andar à estalada com eles. Deve ser por isso que ela me chama preguiçoso, só porque eu fico refastelado todo o santo dia, e nem me digno olhar pela janela... começo a ficar conformado, afinal ela mima-me tanto, que se calhar vale a pena o cativeiro.

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Sonho

por Dona das Chaves, em 23.09.10
Oficialmente DONA das CHAVES!
SIM, eu já tenho a minha casinha.
Vale a pena lutar, desesperar, chorar, lutar, barafustar, gritar, lutar!


O sonho cumpriu-se!

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NOCK OUT!

por Dona das Chaves, em 21.09.10
Já lá vão 14 anos desde a 1ª tentativa de ter uma casa para viver. Não que eu não tenha casa para viver, mas o desejo de ter uma casa que eu possa decorar à minha maneira, que eu possa arrumar quando quiser, ter os horários que quiser, ver na televisão o que quiser, ou simplesmente não fazer nada disto, vem desde muito pequena. Há 14 anos eu já não era muito pequena... mas pela primeira vez tinha uma hipótese de me aventurar e comprar a minha primeira casa, e comecei a tentar. Comecei por procurar a casa ideal, quer no preço, quer nas condições. Não demorei muito para encontrar um t1, com quintal, com um valor mesmo em conta, que já me fazia sonhar. O pior estava para vir, mas eu não imaginava o que me aguardava. Necessitava de fiadores, e pensei que podia contar com os meus pais. Expus a situação, ao que o meu pai me respondeu que sim, e a minha mãe começou a dissertar sobre o assunto, respondeu NIM. Alguns dias depois, teria de dar uma resposta definitiva para poder ficar ou não com a casa, e qual não é o meu espanto, quando recebo um rotundo não da minha mãe, porque resolveu contar a uma tia minha, e esta resolveu encher a cabeça da minha mãe de aldrabices. A minha mãe convencida por aldrabices resolveu que não me ajudava, e eu fiquei desolada, era a última oportunidade para os meus pais me ajudarem, era o último ano que o meu pai tinha declaração de IRS, pois tinha rescindido amigavelmente com a empresa em que trabalhava, que estava naquela fase a rescindir com alguns empregados e a pagar o que lhes era de direito. ( a empresa fechou 3 anos mais tarde e não pagou nada aos empregados que restavam). Fiquei para lá de furiosa com a minha mãe por ter contado algo que eu queria manter em segredo, e por causa de ciúmes, a minha tia resolveu dizer à minha mãe, que se fosse fiadora do meu crédito bancário, teria de declarar ao banco todos os haveres, todas as propriedades e rendimentos, e se eu deixasse de pagar a casa por alguma eventualidade, o banco lhe retirava tudo, até a casa onde vivíamos. Claro que para a minha mãe praticamente analfabeta, isto era o principio do fim, de modo algum ela ia ser minha fiadora, e correr o risco de eu deixar de pagar e irmos todos morar debaixo da ponte, para além da vergonha que iria passar. É o que dá, contar o que se passa dentro das nossas paredes e que deveria apenas ser assunto interno. Desde esse dia nunca mais fui a mesma para a minha tia, e nunca mais serei. Saí magoada sem necessidade, por ciúmes, por inveja de mim, que vivia no campo querer comprar casa primeiro que o meu primo da minha idade, menino bem da cidade.  Primeiro Round, primeira derrota, mas o jogo apenas tinha começado, e eu ainda não tinha sido derrubada por NOCK OUT.

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Quem por cá mete os bigodes...

por Dona das Chaves, em 18.09.10
Eu sou o gato da futura dona das chaves, ou pelo menos é o que ela diz. Já a conheço vão para mais de 50 anos, quer dizer, em anos de gato, porque em anos humanos são 12 anos. Fui escolhido mal nasci, era ainda uma criatura completamente desprovida de qualquer sentido de discernimento, logo nem tive qualquer hipótese de me opor, ou até recusar. Quando ela me trouxe, eu vinha mal dos olhos, com uma infecção que me fazia ter um ar completamente "ranhoso", mas ela resolveu que me ia curar, e curou, só que à custa de um xarope tão bera que me fazia espumar e babar, até se me acabarem os fluidos. Lá me curei, mas daí para cá, não consinto que me dêem medicamentos por via oral, logo sou quase sempre sacrificado por via "injeccional". Eu era um gatinho muito comilão, mas ela sempre me tentou fazer comer só o necessário para que eu não ficasse enooooorme, o que só deu meio resultado, porque eu fiquei graande e gooordo :)
Também era meio arisco, meio meigo, só com o passar dos anos me fui aprimorando e ficando como sou hoje, um gato grande, gordo, e lamechas. No início ela tinha um namorado, que era uma perfeita inutilidade, preguiçoso, até mesmo violento, e eu sempre me tentei meter entre os dois, fazê-la perceber que o gajo não valia nada. Um dia, ainda eu era jovem, eles acabaram, ( não sei se a minha influência contribuiu ou não) e gostei da atitude dela, manteve a cabeça levantada, e seguiu em frente com a vida, e com os seus sonhos, sendo o maior deles ter a sua casa, a sua independência. Desde sempre a ouvi falar deste sonho, desde sempre me confidenciou que um dia, iríamos ter uma casa só nossa, e eu sempre desejei que o sonho dela, que passou a ser também o meu se realizasse. Tem sido persistente na busca do seu sonho, mas hoje fico por aqui nos meus relatos, haverá muito tempo para vos falar de mim, e da minha dona, a futura dona das chaves.

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A outra de mim mesma...

por Dona das Chaves, em 17.09.10
Sejam bem vindos, não vos convido a sentarem, porque ainda não tenho as chaves, e também não tenho cadeiras, mas acomodem-se o melhor que puderem!
A razão de tudo isto começou há cerca de 32 anos, quando eu, ainda garota que não andava na escola, me zangava e dizia que fugia de casa. Precoce para a idade já almejava ser independente, mandar em mim própria, e não dar satisfações a ninguém. Nessa altura havia um pinhal perto de casa, e era para esse pinhal que eu dizia querer fugir. Ainda hoje, sou famosa entre a família directa por querer fugir para o "Santo do Pinhal" (pinhal do Santos, nome original), até porque alguns fogos, e outros interesses levaram a que o dito  pinhal tivesse sido cortado e nada ficou, e comecei a ser "gozada" por querer fugir para um local deserto. Hoje existem novos pinheiros mas salpicados aqui e ali, e existem algumas empresas no local. Bem, não estou aqui para falar do pinhal, mas do sonho de ter uma casa...
É a partir do sonho de ter uma casa que se vai desenrolar a história por aqui, umas vezes pelas minhas palavras, outras pelas do meu companheiro felino, que para quem não conhece pode ser bastante crítico no que diz respeito à minha pessoa, aos meus sonhos, às minhas atitudes perante a vida ou com ele mesmo... Sei que nas palavras dele, muitas vezes irei sofrer duras críticas, mas que posso fazer, é quem melhor me conhece... Quem já me conhece pode esperar mais do mesmo, e mais do que não conhece e pode ficar surpreendido, não garanto é que seja para melhor. Para quem não conhece, tem aqui uma oportunidade de me conhecer e ficar a pensar como é que podem andar pessoas assim à solta, sem que sejam compulsivamente internadas num hospício qualquer, para bem do resto da humanidade...
As apresentações estão feitas, agora é esperar que tenham vontade para seguir aqui as minhas aventuras na tentativa de conseguir o sonho de uma vida: ter uma CASA.

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